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Estudantes se mobilizam contra o aumento do Restaurante Universitário da UFMT

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Nesta sexta-feira (20) estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso, campus Cuiabá, realizaram mobilização contra a decisão da Reitoria de mudar a política de alimentação na universidade, que causaria o aumento do valor cobrado nas refeições do Restaurante Universitário de R$ 1,00 para R$5,00.

Créditos: Tylcéia Tyza

O ato foi iniciado às 8h no Diretório Central de Estudantes (DCE), e a concentração seguiu para o prédio da Reitoria, onde uma comissão formada pela reitora Myrian Serra e nove conselheiros se reunia para discutir o orçamento do ano letivo de 2018. Pelo caminho, outros estudantes se uniram ao movimento gritando palavras de ordem.

Na reunião, os estudantes colocaram suas reivindicações alertando para outras possibilidades de reajuste orçamentário que não prejudiquem a alimentação dos discentes e repudiando a falta de diálogo por parte do conselho diretor, uma vez em que audiências públicas já foram canceladas sem aviso prévio.

De acordo com a administração da Universidade presente na reunião, o orçamento concedido pelo Governo Federal tem sofrido cortes desde 2016, quando passou de 30 milhões (valor referente ao ano de 2015) para 18 milhões. Nos anos seguintes, com a PEC 55 implementada pelo governo do Presidente Temer, o corte foi ainda maior, 6 milhões de reais é o orçamento para os anos de 2017 e 2018.

O Conselheiro Luiz Alberto Esteves Scaloppe afirmou que nos dois últimos anos, 15% desse orçamento é destinado ao auxílio estudantil. A administração alega que este valor é insuficiente para manter os custos da alimentação.

No dia 20 de fevereiro, a administração divulgou uma nota no site da UFMT anunciando mudanças na política de alimentação, alegando ampliar o acesso de alunos mais vulneráveis. Anteriormente, o portal já havia divulgado outra matéria em agosto do ano passado esclarecendo que a Universidade estava passando por uma crise financeira.

O movimento estudantil já se preocupava com a questão quando a PEC do teto estava em votação, em 2016, já que a garantia de manter o preço do Restaurante Universitário era uma das reivindicações do movimento Ocupa UFMT.

Na próxima segunda-feira (23) será realizada das 14h às 16h a primeira de uma agenda de audiências públicas, no campus de Cuiabá, para tratar da nova política de Alimentação Estudantil. Nos dias que seguem, as audiências acontecerão no campus do Araguaia, Rondonópolis e Sinop respectivamente.

Enquanto isso, os estudantes continuam se mobilizando para impedir o aumento do valor cobrado, garantindo assistência a todos os alunos com um RU universal a um real.

A proposta

Em reunião com o DCE no dia 29 de março, a Pró-reitoria de Administração (PROAD) apresentou a seguinte proposta: os estudantes que já recebem auxílios da Pró-reitoria de Assistência Estudantil (PRAE) terão gratuidade nas refeições, enquanto os demais pagariam R$ 5 no almoço e na janta e R$ 1 no café da manhã.

A proposta é problemática pela ineficiência da seleção de estudantes auxiliados pela PRAE, além do que o RU não abre no jantar de sábados, domingos e feriados, e estes estudantes ficariam sem alimento. No mais, os valores apresentados são abusivos e não condizem com a realidade financeira dos estudantes.

*Matéria realizada em colaboração com Barbara Bach